Apesar da exígua margem, a mais estreita da história republicana, aconteceu o previsto: Lula será o próximo presidente.
Quem acompanha meu blog sabe que eu deploro a falta de renovação da política brasileira. Lula já teve dois mandatos, e terminando mais esse, será (creio eu) o mais idoso presidente que já governou o país. Mas a bem dizer, não devo estranhar, nem lamentar que Lula esteja de novo no comando da nação. Muitos, como eu, não nutrem grande simpatia por ele, e de fato custou algum tempo até que se reconhecesse que Lula foi o personagem que mais encarnou as poucas qualidades e os muitos defeitos dos brasileiros de sua geração. Sem retórica, Lula tem mesmo a cara do Brasil - para o bem e para o mal.
Resta esperar, agora, que ele preserve a boa imagem legada por seus primeiros dois mandatos, e não se arrisque a colocar tudo a perder agora no fim de sua carreira, quando a lembrança que ficará para a posteridade será a deste último mandato. As perspectivas são boas, pois algo que Lula sempre mostrou saber bem cuidar, é da própria imagem. Lula sempre soube se reinventar, e mais não se diga, diferente de Bolsonaro e de Sérgio Moro, Lula sempre foi um político - ele sabe negociar e fazer alianças. Não tem grandes escrúpulos em defender aliados patifes, nem em entregar o pescoço deles quando é necessário para salvar o próprio pescoço. Mas assim é o mundo político. Como diz o ditado, aqueles que têm nojo à política são governados pelos que não têm.
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