Várias podem ser as explicações, mas há grande consenso de que essa candidatura é a catarse de um ressentimento de boa parte da população americana, grandes fatias da classe média das fábricas e dos escritórios revoltados com os maus resultados distributivos da globalização financeira e da globalização comercial e industrial
Quando leio essa palavra já fico com um pé atrás. Globalização, assim como o famigerado Neoliberalismo, é um daqueles conceitos que de tão vilipendiados foram esvaziados de seu sentido original e convertidos em um espantalho, ou judas de sábado de aleluia, culpados de tudo o que há de ruim no mundo. Suponhamos que a ascenção de Trump tem mesmo a ver com uma rejeição à globalização. Mas a globalização pode ser revertida?
Em um contexto restrito no tempo e no espaço, sem dúvida que sim! Medidas protecionistas podem ser tomadas para defender a indústria local. E tivemos o recente episódio do Brexit, com a saída da Inglaterra da CE. Mas globalização também é um conceito vago. Ninguém sabe quando começou, nem aonde irá terminar. E principalmente, não se trata de invenção de um grupo de pessoas que um dia se reuniram em um gabinete para planejar um novo sistema econômico. A globalização é a consequência não planejada do encolhimento das distâncias, que por sua vez decorre do aumento das populações e dos progressos tecnológicos nos meios de transporte e nas comunicações. Aquilo que não foi iniciado por decisão de alguém, tampouco pode ser parado por decisão de alguém. Assim, se os eleitores de Trump esperam que ele ponha fim à globalização, em grande medida ficarão desapontados. Se eleito, Trump não poderá agir como o bufão dos palanques, sob pena de causar um desastre que não será apenas nacional, mas planetário, considerada a importância dos EUA no mundo.
Já o caso do bispo Crivella é mais simples de explicar. Não precisamos lançar mão daqueles vagos conceitos-espantalho como a tal da globalização. Trata-se meramente da reação do povo contra o vilipêndio de seus valores tradicionais, que tem sido constante no zeitgast recente. De fato, é emblemático que a disputa final tenha ocorrido contra Marcelo Freixo do PSol, que representa em tom máximo a ideologia do politicamente correto, também conhecida como marxismo cultural, que predominou no país desde a década passada, e que agora se encontra em refluxo. Acossado pela violência e pela imoralidade, vendo seus valores tradicionais sistematicamente solapados, o povo corre para a religião. É claro que nessa corrida sobressaem-se como os principais guias aqueles pastores que falam uma linguagem mais acessível às massas e dizem o que todos querem ouvir. Assim como Trump, Crivella não poderá por integralmente em prática a pregação dos palanques, mas se tentar, pelo menos o desastre não será nem planetário ne nacional, mas afetará apenas uma cidade que de tantos desastres, parece já ter se tornado imune a eles.
Trump não me parece ser contra a globalização, mas contra o Globalismo. Não confie no que a midia local fala dele, lembre-se: "Traduttore, Traditore".
ResponderExcluirTrump fala muita coisa que parece doida, mas é bem sensível: Restringir imigração, obter acordos comerciais melhores, trazer empregos de volta aos EUA, enfrentar o estado islâmico, cessar as aventuras idiotas no oriente médio, enfrentar o politicamente correto e a elite globalista, etc.
E gostando ou não, não tem como não respeitar o cara. Ele nem ganhou e já mudou tudo:
- Entrou por ultimo e mudou totalmente o cenário.
- Atropelou todos os pro ceres e favoritos do partido Republicano.
- É em prática um candidato independente que tomou um partido.
- Aqueles que antes o repudiavam, agora estão lambendo suas botas!
- Consegue se manter viável mesmo sendo atacado por toda a midia corporativa DO PLANETA TERRA.
E quanto ao Crivella, não conheço, mas sofro um imenso asco dessa seita repugnante dele. Pra um deles ter ido eleito, o tal Marcelo Freixo deve ser horrivelmente ruim, considerando que ele ficou em terceiro NO SEGUNDO TURNO! Vou perguntar ao meu irmão, que mora no Rio.