terça-feira, 4 de agosto de 2015

Aonde iremos parar?

O inferno astral do governo também é o inferno astral do país. A cada dia uma surpresa nova. Ainda que possamos sentir satisfação de ver que a polícia federal está trabalhando e a impunidade está acabando, fica a angústia de não ver a luz no final do túnel: aonde iremos parar?

Lembro-me aquele ditado, nunca deseje demais uma coisa, você corre o risco de obter o que deseja. Nós sempre desejamos o fim da impunidade, certo? Pois agora estamos finalmente conseguindo. Mas fico consternado de observar tantos comentaristas por aí maldizendo o bendito fim da impunidade, enquanto cresce a lenda de que tudo não passa de uma conspiração para tirar o PT do poder, acabar com as empresas nacionais, liquidar nosso sonho de dominar a tecnologia do submarino nuclear, etc. Será então que tudo não passou de uma miragem, nós nunca quisemos realmente combater a corrupção, ao contrário, sempre gostamos dela e já estamos com saudade?

Quando a máscara cai, há sempre um instante de suspense, porque nunca se sabe o que vai surgir por detrás na máscara. Disso eu tenho medo, pois sei que não se trata de uma lenda ou criatura mítica, ele existe mesmo. Refiro-me ao Brasil profundo que o PT vem se esforçando para trazer à tona. O Brasil macunaímico, que despreza o honesto e exalta o malandro. É como um inconsciente coletivo, que nunca deveria ser trazido à luz. Por toda parte pipocam análises afirmando que o combate à corrupção arruinará o Brasil, tal como a Operação Mãos Limpas supostamente arruinou a Itália. O pessoal - e não se trata de meia dúzia - já passou da fase de negar tudo na cara dura. Estão passando da etapa de acusar os outros de terem feito a mesma coisa. A etapa seguinte é afirmar com cara limpa que corrupção é bom. Assumiremos, então, que somos mesmo uns ordinários, e que governar para o povo é governar roubando?

Vou sentir saudade da hipocrisia, ela não é tão má. A hipocrisia é a última homenagem que o vício presta à virtude.

Um comentário:

  1. bela frase: "a hipocrisia é a última homenagem que o vício presta à virtude".

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