Tenho finalmente em mãos um livro que há muito queria ler - Confiança, de Francis Fukuyama. Tive que encomenda-lo de um sebo, pois há muito não há mais edições em livrarias, já que vendeu pouco, muito menos do que O Fim da História e o Último Homem, obra que fez sucesso logo após a queda dos regimes da Cortina de Ferro, mas que é pouco citada hoje. Teve sua época, mas não foi uma grande obra: embora bem escrita, o texto me pareceu mais uma provocação, algo direcionado a suscitar questões e não a responde-las. Já Confiança é bastante superior, embora tenha feito pouco sucesso.
Aprecio Fukuyama porque ele é um dos poucos ensaístas modernos que procura explicar essa questão até hoje aberta - porque alguns países são rico e outros são pobres - penetrando fundo na cultura e na psicologia dos povos, um terreno que a maioria prefere evitar em favor do economês anódino. Tenho dele também Ficando Para Trás. Confiança é bom porque retoma o conceito de Capital Social, contraposto ao conceito de Capital Humano, este muito citado, mas que reporta aos costumes e valores, e não somente ao conhecimento adquirido. Espero que Fukuyama responda algumas dúvidas que tenho até hoje, por exemplo, que explique porque culturas tão baseadas na família, como o Japão, obtiveram resultados tão semelhantes aos de culturas onde a família tem pouca relevância nos negócios, como a Alemanha. Quanto a nós, aqui, estou convencido de que o compadrio ancestral do "homem cordial" é um dos fatores que nos mantêm no subdesenvolvimento até hoje, e creio que Fukuyama concordará comigo.
Aos poucos debaterei aqui as ideias lançadas no livro. Até a próxima!
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