Amanhã é dia de escolher quem será o presidente, e pela primeira vez em muitos anos, não há certeza de quem irá vencer. Mas a impressão que eu tenho aqui comigo é que amanhã vai ser decidido não só quem será o próximo presidente, mas também o presidente de 2018.
As nuvens escuras estão no horizonte à vista de todos, e se não é possível prever com segurança quem vai ganhar amanhã, por outro lado é perfeitamente possível prever o que vai acontecer com o vencedor: terá que enfrentar uma boa rebordosa. Se Aécio vencer, não terá outra alternativa além de ser um segundo FHC: as medidas de austeridade serão inevitáveis, a fim de baixar a inflação e recompor nossas reservas, e inevitável também será o ônus de impopularidade resultante de tais medidas. Se tudo correr bem, 2018 será o ano de novo mandato de Lula, que ganhará facilmente, bastando comparar os tempos bicudos de Aécio com os tempos fartos de seus dois primeiros mandatos. Se Dilma vencer... aí complica. A bomba vai estourar na mão dela. Até agora o PT tem governado com certa facilidade, pois o povo está satisfeito com os bons resultados da economia, mas nota-se que quase tudo o que Dilma teve para apresentar em sua campanha não foi produto de seu governo, mas herança dos bons tempos dos dois mandatos de Lula, que recusou-se terminantemente a disputar essas eleições justamente por saber que o tempo havia fechado. Com a economia em queda e o povo batendo panela na rua, aí só na paulada, como na Venezuela. As alternativas são duas: ou o PT parte logo para a ditadura, ou conforma-se em sofrer uma derrota fragorosa em 2018.
O que vejo de fato nesse embate PT X PSDB que há vinte anos monopoliza nosso quadro político, é um movimento de gangorra: um sobe, outro desce; outro sobe, um desce. É claro que ninguém quer ficar por baixo, mas como toda criança sabe, só com um não dá para brincar de gangorra. Na visão do grande público, dominado por aquela paixão que antecede as grandes decisões, PT e PSDB cumprem um roteiro de novela das oito: de um lado os galãs, do outro os vilões. Os bons e os maus, os ricos e os pobres Seus programas, supostamente, são opostos e inconciliáveis, um governará para os ricos, e o outro para os pobres. Poucos notam que são apenas dois na gangorra. A questão é ficar por cima na hora certa.
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