domingo, 21 de setembro de 2025

Trump pode estar ressuscitando Lula

Um artigo publicado por Marcelo Zero, acessor da liderança do PT no senado, tem um título instigante: "Não há alternativa: em 2026, o Brasil terá que escolher, de novo, entre Lula e Bolsonaro". Explica o sociólogo:
 
"Tarcísio, Zema, Caiado etc. não sãoalternativas ao bolsonarismo. São simplesmente o bolsonarismo sem Bolsonaro, como o governador de São Paulo já deixou abundantemente claro"

 
A maldição continua: entre Lula e Bolsonaro, permanecemos presos ao passado, como um filme eternamente reprisado. Mas se pode haver um bolsonarismo sem Bolsonaro, poderia haver um lulismo sem Lula?
 
Não será preciso, é o próprio presidente que vai se candidatar novamente, e todas as projeções já o apontam como favorito. Até poiucos meses atrás, a carreira de Lula era vista como encerrada após o presente mandato. Quem ressuscitou Lula?
 
Foi o presidente norte-americano Donald Trump, com seus ataques ao Brasil e à Venezuela, o que permitiu a Lula reunir em torno de si um lampejo de fervor patriótico. Temos de volta o velho imperialismo americano combatido pelas esquerdas desde muitas décadas. Trump é um histrião, e a encenação bélica em torno da Venezuela dificilmente evoluirá para uma guerra real. Mas se esta guerra ocorrer, provavelmente nosso papel será fornecer asilo a Maduro, reforçando nosso rótulo de refúgio preferido por bandidos foragidos.
 
Atualmente, Bolsonaro e Lula são os esmaecidos rostos visíveis de duas correntes políticas anacrônicas que nos mantém presos ao passado. O próximo pleito será entre um bolsonarismo sem Bolsonaro, mas mantido por um mandatário bem saudável, contra um lulismo com um Lula já periclitante, com grande probabilidade de não terminar o mandato. Um embate entre a ideia e o carisma. Já sabemos que existe um bolsonarismo sem Bolsonaro, mas até agora nenhum petista conseguiu adquirir o carisma de Lula. Não parece viável um lulismo sem Lula. É de fato grande irresponsabilidade da parte de Lula candidatar-se novamente, pois não sabemos o que virá "no dia seguinte".
 
Mas o dia seguinte virá, inevitavelmente. Resta saber quando conseguiremos quebrar o ciclo Lulismo X Bolsonarismo, e finalmente andar para frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário